Marambiré

O Marambiré é uma das manifestações culturais mais significativas do Pacoval, comunidade quilombola com aproximadamente 115 famílias, situada no município de Alenquer.

Conhecido também por Cordão do Marambiré ou Sangambira, é uma manifestação de devoção religiosa que mistura dança, música e muita brincadeira. Trata-se de uma homenagem a São Benedito, o santo negro, que começa dia 25 de dezembro e termina em 20 de janeiro.

Os quilombolas afirmam que o Marambiré começou a ser festejado pela comunidade depois que os mocambeiros se fixaram no Pacoval, fugidos das fazendas de Santarém. Assim explica Dona Cruzinha, moradora do Pacoval. Para comemorar o fim da escravidão, do sofrimento e da perseguição, festejavam o Marambiré agradecendo a São Benedito as promessas alcançadas:Para dançar o Marambiré, quilombolas do Pacoval formam uma espécie de corte composta pelo rei do Congo, pela rainha do Congo e suas auxiliares, pelos valsares, pelos tocadores e por contramestre, que também é auxiliar do rei. Essa corte representa os antigos reinados da África Central e está presente em diversas manifestações populares no Brasil.


O rei e a rainha enfeitam-se com coroas feitas de papelão, lata ou fibra natural decoradas com flores multicoloridas de papel crepom ou de papel de seda. A rainha e suas auxiliares usam vestidos rodados e bastante coloridos. O rei veste paletó assim como os valsares. Os tocadores e contramestres vestem trajes de estilo marinheiro (camisa azul e calça branca) e capacetes.

As músicas são executadas com instrumentos feitos na própria comunidade: violão, rabeca, cavaquinho, banjo, pandeiro e caixa. Há cantos específicos para cada parte do ritual.